sábado, 5 de julho de 2014

Max (2002 - 2013)

Há um ano, meu querido companheiro Max, dono do sorriso mais gostoso do mundo, partiu e me deixou com saudades infinitas. Em memória dele, assim como o que fiz em memória do filhinho dele, escolhi para este post algumas frases que ele gostava de ouvir. Como na postagem citada, as frases não estão escritas conforme as regras da norma culta, mas sim representando exatamente os sons que eu produzia:

- Ooooooooooooiiiiiiiiii, meninuu. Eeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiita! - (ao acordar, quando eu me deparava com o rosto gigante dele me acordando com um sorriso lindo).
 
- Cadê meu baby? Cadê? Cadê meu baby? - (para chamar meu amigo).
 
- Hmmmmmmmmmmmmmmmmm... Que cheirinho BOM de orelhinha. Hmmmmmmmmmmmmmmmmm... - (quando eu me curvava para cheirar as orelhas dele, que tinham cheiro de orelha de criança).

- O quê? O que que você qué, menino? Esse? Eeesseee? - (ao que ele respondia latindo, dizendo que sim, queria qualquer coisa que eu estivesse mostrando).

- Dá po Mateus esse. D'aqui. Dá! D'aqui já! Esse não é de menino! Esse é do Mateus! - (para devolver qualquer coisa que ele transformava em brinquedo, roupas, almofadas, garrafas, calçados, qualquer coisa, na maioria das vezes por conta própria).

- Ponto, ponto, paaaa-ssou, paaaaaa-ssooou. Poonto, pooonto, paaaa-ssou, paa-ssou. Ponto, ponto. - (quando ele parava de farrear por culpa de uma dor ou um mal-estar. Bastava eu falar assim para a farra recomeçar).

- Vamo passeá? Vamo? Passeá? Passeá, menino? Deixa o Mateus por colerinha. - (ele ficava quietinho, até que eu terminasse de vestir a coleira nele).
 
- Qué valanda? - (em resposta ao chamado dele, ele nunca fazia xixi dentro de casa).
 
- Qué enxugá? Qué? - (para enxugar depois dos banhos, ele amava bagunçar com a toalha).
 
- Bundudo! Gorducho! Hmmmm, que menino maciiio... - (meus elogios, ele era fofo demais). 
 
- Ele é bavo! Bavo! Baveza! Me-ni-no baveza! - (quando ele mostrava os dentes e dava ordens pra mim ou pra qualquer outra pessoa, ou seja, o tempo todo).
 
Meu menino. Ele era o meu menino dálmata. Que me levou a um caminho muito diferente daqueles aos quais eu estava limitado, o caminho do carinho contido no sorriso com o qual ele me dizia bom dia todas as manhãs. O mesmo sorriso que resultava de uma tarde de espera, horas depois de espiar pelo vão do portão até que eu desaparecesse no horizonte, toda vez que eu saía para trabalhar a pé. Eu também esperava, meu anjo, a hora de voltar pra você. E sei que, quando acabar meu tempo de serviço nesta vida, quem vai abrir um sorriso serei eu, porque você estará comigo, porque você é meu presente. Max, você, como seu nenê, sempre será meu presente.